Nossa jornada inicia-se no Barreiro, especificamente no Centro integrado do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, onde desfrutaremos de uma linda paisagem na qual o cerrado convive em perfeita harmonia com a mata atlântica. Um pouco mais adiante, chegaremos à Serra da Calçada, adentraremos as trilhas do Vale do Sol nos direcionaremos à cidade de Rio Acima de onde seguiremos na histórica Estrada Real, passando pelos municípios de Acuruí, Glaura, São Bartolomeu e chegando à linda cidade de Ouro Preto/MG.
Barreiro
A história oficial da região data de 1855, quando surgiu a "Fazenda Barreiro". O seu primeiro proprietário foi o Coronel Damazo da Costa Pacheco, que após cultivá-la por muitos anos, resolveu variação de atividade, vendendo-a para o Major Cândido José dos Santos Brochado.
A região encontra-se em uma unidade geomorfológica que se estende da Serra do Curral, ao sul da cidade, até a região de Venda Nova, depressão de Belo Horizonte , que é formada principalmente por rochas do embasamento cristalino, como o gnaisse.
A serra do Curral integra o maciço da serra do Espinhaço. É o limite sul do município de Belo Horizonte. Seu nome alude à vila de Curral del Rei, designação primitiva da localidade onde foi erigida em 1897 a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Parque Estadual da Serra do Rola Moça
(Km 00)
É uma das áreas verdes mais importantes de Minas Gerais. Com 3.941,09 hectares, e é o terceiro maior parque de preservação ambiental em área urbana do Brasil
O local possui vários mananciais que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte, além de uma rica diversidade de fauna, com espécies ameaçadas de extinção, como, por exemplo, a onça parda, a jaguatirica, o lobo-guará, o gato-do- mato, o macuco e o veado-campeiro.
Situado na zona de transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica, o parque abriga espécies raras como orquídeas, bromélias, candeias, jacarandás, cedros, jequitibás, arnicas e a canela-de-ema, que se tornou o símbolo do Parque. Proporciona ao visitante várias oportunidades de diversão da natureza junto a uma vegetação muito rica e diversificada, com paisagens características de Mata Atlântica, Cerrado, Campos de Altitude e Campos Ferruginosos.
O Parque possui seis importantes mananciais de água, e é habitat de diversas espécies da nossa fauna ameaçadas de extinção. Possui relevo peculiar, de colorido especial, e uma bela vegetação.
Tanto a flora quanto a fauna são muito diversificadas. Por estar em uma zona de tensão ecológica com vegetações que variam bruscamente entre mata atlântica, cerrado e campos de altitude. Isso faz com que haja várias espécies de animais e plantas, tornando o local um amplo projeto de conservação de diversas espécies.
O parque estadual da Serra do Rola-Moça teve seu nome imortalizado por Mário de Andrade em um poema que relata a história de um casal que, logo após a cerimônia de seu casamento, cruzava a Serra de volta para a casa, quando o cavalo da moça escorregou no cascalho e caiu no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo ribanceira abaixo e “ Chicoteando o se cavalo, no vão do despenhadeiro, o noivo se despehou; e a Serra do Rola-Moça, Rola-Moça se chamou ”.
Serra da Calçada
(km 10)
Patrimônio natural, histórico e cultural de beleza exuberante, a Serra da Calçada se estende por cerca de 8 km entre os municípios de Nova Lima e Brumadinho. O nome Serra da Calçada se dá devido ao calçamento presente em alguns trechos, provenientes do século XVIII, utilizado para facilitar o acesso às fazendas e pontos de atividades minerárias da época.
Esse caminho levava ao “Forte de Brumadinho”, uma enorme edificação feita de pedras e que teria sido usada durante o século XVIII como entreposto comercial.
Contíguas à Serra da Calçada, encontram-se a Serra do Rola-Moça e a Serra da Moeda, todas elas destacadas pelas belezas paisagísticas que apresentam como pela importância geológica e ecossistêmica.
A denominação de Serra da Calçada deve-se à formação especial dos seus solos, composta principalmente por óxidos de ferro hidratado e cimentada em consequência do intemperismo a que foram submetidos.
A fauna da Serra da Calçada não difere daquela existente em outras Serras congêneres próximas que apresentam ecossistemas semelhantes. Compõe-se de diversas espécies como: onça-parda, jaguatirica, lobo-guará, raposa, macaco prego e mico estrela, tucano, lagarto tiú, ouriço caixeiro, tatu bola, rabo mole (espécie de galinha), chicote e merim, esquilo , coelho, quati, capivara, paca, ave jacu, pomba trocal, gavião pombo e carcará, martim pescador e mergulhão, cobra coral e falsa coral, cascavel, urutu cruzeiro, jararaca, entre outros.
ESTRADA REAL
A Estrada Real é a maior rota turística do país. São mais de 1.630 quilômetros de extensão, passando por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, ela resgata as tradições do percurso valorizando a identidade e as belezas da região.
A sua história surgiu em meados do século 18, quando a Coroa Portuguesa decidiu oficializar os caminhos para o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. As trilhas que foram delegadas pela realidade ganharam o nome de Estrada Real.
Caminhos da Estrada Real
Histórias e memórias permeiam cada canto da Estrada Real. Mas, além de sua rica bagagem cultural, os caminhos dessa estrada abrigam alguns dos cenários mais belos do Brasil, entre eles a Serra do Espinhaço, a Serra da Piedade e a Serra dos Órgãos.
A Estrada Real é a maior rota turística do país. São mais de 1.630 quilômetros de extensão, passando por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, ela resgata as tradições do percurso valorizando a identidade e as belezas da região.
A sua história surgiu em meados do século 18, quando a Coroa Portuguesa decidiu oficializar os caminhos para o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. As trilhas que foram delegadas pela realidade ganharam o nome de Estrada Real.
Caminho Velho
Também chamada de Caminho do Ouro, foi a primeira trajetória a ser criada pela coroa portuguesa e liga Ouro Preto a Paraty
Algumas cidades e distritos que fazem parte do Caminho Velho: Aiuruoca, Baependi, Bananal, Cachoeira Paulista, Carrancas, Caxambu, Delfim Moreira, Itamonte, Lambari, Lavras, Ouro Preto, Paraty, Queluz, São Luiz do Paraitinga, Tiradentes e Três Corações.
Caminho Novo
Criado para servir como um trajeto mais seguro ao porto do Rio de Janeiro, principalmente porque as cargas estavam sujeitas a ataques piratas na rota marítima entre Paraty e Rio.
Algumas das cidades e distritos que fazem parte do Caminho Novo: Antônio Carlos, Barbacena, Conceição de Ibitipoca, Inconfidência, Itatiaia, Juiz de Fora, Lima Duarte, Ouro Preto, Petrópolis, Rio de Janeiro e Santa Rita de Ibitipoca.
Caminho Sabarabuçu
Distrito de Ouro Preto, o lugar é cercado por esplêndidas paisagens de montanha e lendas que permeiam o imaginário popular.
Algumas das cidades e distritos que fazem parte do Caminho Sabarabuçu: Brumadinho, Caeté, Cocais, Morro Vermelho, Nova Lima, Itabirito, Ouro Preto, Acuruí, Honório Bicalho, Glaura, Cocais, Acurui, Rio Acima, Nova Lima e Sabára.
Caminho dos Diamantes
Criado para conectar a sede da Capitania, Ouro Preto, à principal cidade de exploração de diamantes, Diamantina.
Algumas das cidades e distritos que fazem parte do Caminho dos Diamantes: Alvinópolis, Conceição do Mato Dentro, Diamantina, Ipoema, Mariana, Milho Verde, Ouro Preto, Santa Bárbara, Santana do Riacho e Serra do Cipó.
Rio Acima, cidade das Águas (caminho Sabarabuçu)
(km 43)
Rio Acima é uma daquelas cidades do interior de Minas que encanta seus moradores e os turistas. Situada a 39 km de Belo Horizonte, o acesso é por uma estrada bem pavimentada e sinalizada.
Com pouco mais de 9 mil habitantes, segundo dados do IBGE, a cidade possui lindas cachoeiras como a Cachoeira Chica Dona, Cachoeira do Índio e a Cachoeira do Viana, verdadeiras obras primas da natureza. É a única cidade mineira com 100% do território localizado dentro da APA Sul - área de proteção ambiental que comporta 14 municípios da grande BH.
Além disso, integra a Estrada Real, por meio da estrada que ligava Santa Bárbara e Ouro Preto, dentro da Serra do Espinhaço, em um maciço conhecido como Serra do Gandarela.
Por volta de 1736 surgiu o povoado de Santo Antônio de Rio Acima, às margens do Rio das Velhas, maior afluente do rio São Francisco. A localidade foi descoberta por bandeirantes que desbravavam o interior de Minas Gerais à procura de ouro.
ACURUÍ (caminho Sabarabuçu)
(km 68)
Acuruí surgiu no século XVIII, quando os bandeirantes exploraram a região. Nesse período, o distrito viveu seu apogeu. Seus caminhos, paisagens e construções antigas encantam os visitantes e orgulham os moradores. O vilarejo foi fundado pelos primeiros garimpeiros que buscavam grandes riquezas, como o ouro.
Os tropeiros que passam na região pelas trilhas da Estrada Real, também se desenvolveram para o desenvolvimento da localidade. Promoveu-se assim, a vila de Acuruí, com fazendas de arquitetura muito peculiares e que serviram como base para que os tropeiros e mineradores realizassem seus negócios.
À medida que o número de tropeiros foi aumentando, o vilarejo começou a crescer. Famílias foram incluídas e apareceu a necessidade de uma infraestrutura de hospedagem. Criou-se, no local onde hoje é a lagoa, a Pousada Casa de Pedras, que foi construída pelos escravos no intuito de receber os tropeiros e famílias que passam de passagem.
Glaura (caminho Sabarabuçu)
(Km 86)
O charmoso vilarejo de Glaura também chamado de Casa Branca, respira história. É um dos mais antigos distritos de Ouro Preto, situado a 26 km da sede.
Foi ponto fundamental de passagem dos bandeirantes, prova desse fato é o chafariz histórico de Dom Rodrigo, construído em 1782 por ordem do então governador e capitão da região, Dom Rodrigo de Menezes.
Em suas estradas ocorreram disputas por causa da posse das terras mineiras, nas chamadas Guerras dos Emboabas.
Glaura surgiu na volta do século. 18, no auge da exploração do ouro. Era refúgio dos grandes senhores que tinham o antigo arraial como ponto de divisão entre Vila Rica e São João del-Rei. O vilarejo oferece pousadas e fazendas pitorescas.
São Bartolomeu (caminho velho) Ver mais
(km 100)
Uma acanhada joia barroca do século 18. Assim pode ser descrita o distrito de São Bartolomeu.
Cortada pelo Rio das Velhas, uma cidade, que fica a 97 km da capital mineira, ostenta cachoeiras belíssimas.
A Igreja Matriz de São Bartolomeu é uma das igrejas mais antigas e imponentes de Minas Gerais.
A fartura de frutas na cidade induziu seus moradores à fabricação de doces caseiros, tradição reconhecida na cidade.
Além do artesanato, a cidade tem o costume de realizar alguns festejos culturais. A Festa da Goiaba (doce caseiro mais popular da cidade) é de presença obrigatória e está entre as mais conhecidas e apreciadas pelos turistas.
Ouro Preto
(km 120)
Ladeiras luxuosas, casarões coloniais, arquitetura barroca, religiosidade e muita história. Esses são alguns dos marcos do município. Reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, com mais de 300 anos, Ouro Preto, localizada a 95 km de Belo Horizonte, está entre as cidades históricas mais importantes do país.
Andar pela cidade é fazer uma viagem sem tempo. É mágico subir e descer as famosas ladeiras de paralelepípedos em busca de cultura e lazer, passear pela movimentada Rua Direita, entrar em suas lojinhas de pedras preciosas lapidadas, observar a beleza da Praça Tiradentes e, como pano de fundo, o imponente Museu da Inconfidência
Antigas minas de ouro também podem ser visitadas. E aí a história é retomada. O município nasceu em 1711, com o nome de Vila Rica. Poucos anos depois, em 1720, foi escolhida como capital da capitania das Minas Gerais.
A cidade serviu como campo de manifestações históricas e culturais na época da descoberta do ouro no país. Foi cenário da Guerra dos Emboabas e do movimento da Inconfidência Mineira, no século 18, em que uma elite dominante investiu contra a exploração do ouro, principalmente da Corte Portuguesa, em favor de melhores condições de vida para o povo brasileiro. Nesse período, Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier) foi convocado na praça pública, tornando-se mártir da libertação do povo aos domínios de Portugal.
Ouro Preto só manteve sua preservação original devido à mudança da capital para Belo Horizonte, em 1897.
Conhecer Ouro Preto é uma experiência inesquecível!